Fetrafi/NE repudia ações antissindicais e desumanas do banco Santander em meio à pandemia

Desde o início do alastramento da pandemia no Brasil, a realidade vivida pelos trabalhadores do banco Santander vem se mostrando cada vez mais difícil. Mesmo em constantes mesas de negociações e compromissos selados com o movimento sindical, o banco espanhol rompe com o combinado e demite, ameaça e cobra metas abusivas, em meio à maior crise sanitária das últimas décadas. Para denunciar as práticas abusivas e desumanas realizadas pela gestão do banco Santander no Brasil, bancários de todo o país irão realizar um movimento nas redes sociais, hoje, 16 de junho, chamado Dia Nacional de Luta Contra as Arbitrariedades do Santander.

Nitidamente, a gestão do banco no Brasil alinha-se às medidas fascistas do governo Bolsonaro. A representante do Nordeste na Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander e diretora da Fetrafi/NE, Tereza Souza, relembra que no início da pandemia, o banco Santander produzia e disseminava vídeos em que chamava a sociedade para ir aos bancos, pois suas agências ficariam 100% abertas. “Isso era realizado ao mesmo tempo em que o presidente do país ignorava as medidas de isolamento e minimizava o poder devastador da pandemia do novo coronavírus”, explica Tereza.

Com a criação do Comitê de Crise para analisar os casos durante a pandemia, vários acordos foram firmados em mesa de negociação entre bancos e movimento sindical, visando minimizar os impactos na vida dos trabalhadores do ramo financeiro. O Santander se mostra como o banco que rompe os acordos e age sem transparência, na medida em que demite funcionários, cobra metas abusivas e despreza a vida de seus empregados brasileiros, que são os que geram o maior lucro dentre todos os países onde o banco atua. Recentemente, a informação de que o Santander demitiria 20% de seus trabalhadores, que representa aproximadamente 10 mil pessoas desempregadas, assustou e foi o estopim para que organizações de trabalhadores denunciem e enfrentem as práticas antissindicais do banco.

O presidente da Fetrafi/NE, Odaly Medeiros, reafirma o repúdio às ações do Santander, que desrespeita e descumpre o protocolo de proteção e de prevenção da doença, protocolo este que foi acordado entre o Comando Nacional dos Bancários, Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e todos os bancos. “Esse protocolo foi criado para proteger a vida dos trabalhadores, mas o Santander acha pouco o descumprimento de tudo isso, começa a demitir os funcionários e isso é inaceitável. Nós da Federação, enquanto categoria, enquanto representante dos trabalhadores do ramo financeiro nacional, regional e dos sindicatos, estamos prontos para esse enfrentamento e para a defesa da vida desses trabalhadores.”

Tereza Souza afirma que “não vamos admitir que o Santander aqui no Brasil seja apenas uma máquina de lucros e metas, sem nenhuma contrapartida para os profissionais. Nós somos os maiores responsáveis por dar lucro a esse banco, ultrapassando cifras até da Espanha e Reino Unido, e o tratamento que os profissionais recebem é esse. É inadmissível e nós estamos preparados para denunciar e enfrentar essas atitudes.”

Durante todo o dia de hoje, 16 de junho, haverá movimentação nas redes em apoio aos trabalhadores do Santander e em repúdio às ações do banco. A partir das 12h, ocorrerá o tuitaço com a hashtag #SantanderRespeiteOBrasil.