Na última reunião da diretoria da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Nordeste – Fetrafi/NE, realizada virtualmente na terça-feira (28), foi lançado o projeto Basta! Não Irão Nos Calar! O projeto, que é apoiado pela Contraf-CUT, tem o objetivo de capacitar os sindicatos para que possam criar canais de atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica e familiar.
“A princípio, o projeto tem a intenção de capacitar os e as dirigentes para fazer esse atendimento diferenciado, conhecer e/ou identificar os sistemas na sua região que ofereçam esse atendimento, pois o projeto não vem para substituir as obrigações do governo. Sabemos que é o governo é que deve ofertar esse atendimento às mulheres vítimas de violência, mas sabemos que cada estado tem um perfil e uma estrutura e o projeto vem para auxiliar nessa identificação”, explicou Cândida Fernandes, secretária de Mulheres
Para o presidente da Fetrafi/NE, Carlos Eduardo, o projeto envolve os sindicatos na possibilidade de ajudar a categoria. “Já tivemos algumas experiências positivas dentro da categoria e agora o projeto, que foi lançado nacionalmente pela Contraf-CUT, está sendo regionalizado e acredito que terá um resultado positivo na luta e no enfrentamento contra a violência doméstica não só das mulheres bancárias, mas ampliando para sociedade como um todo.”
A secretária da Mulheres reitera a importância do lançamento do projeto Basta! na federação do nordeste porque contou com a presença de vários sindicatos. “Apesar dessa pauta já ter sido debatida nos sindicatos do Ceará e Paraíba, os outros Estados que compõem a federação estiveram presentes, assim como as diversas secretárias que ocupam pastas relativas aos assuntos da Mulher. Como secretária da Mulher da Fetrafi/Ne, cabe a mim auxiliar os sindicatos nesse processo e eu estou a inteira disposição.” Cândida afirma que poderá auxiliar no acompanhamento para realizações de palestras e debates, bem como auxiliar na implementação dos canais de atendimento, tirando todas as dúvidas para que seja possível o pleno funcionamento do projeto.
Cândia afirma, também, que o projeto proporciona a possibilidade de ampliar o diálogo dos sindicatos com os movimentos sociais, movimentos feministas e estourar a bolha da atuação sindical, olhando para os problemas das trabalhadoras e dos trabalhadores de uma maneira ampla. “Sabemos que uma mulher vítima de violência não é um problema apenas dessa mulher, é um problema social pois esse problema afeta a situação da família, o desempenho dela no trabalho, afeta economicamente a família e afeta também o banco, pois a funcionária passa mais tempo afastada por conta dessa demanda. Então os resultados do projeto podem ser bons pra todos os lados, uma trabalhadora com saúde, qualidade de vida e segurança dentro da sua casa é muito mais produtiva. Uma trabalhadora com sua saúde mental conservada pode produzir muito mais e muito mais feliz com o trabalho que realiza”, finalizou Cândida.
