Encontro tratou sobre o fechamento de agências bancárias e as consequências da digitalização para a categoria
A Fetrafi/NE marcou presença na sessão especial realizada nesta quarta-feira (24), na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), que discutiu o fechamento de agências bancárias e o alto número de demissões no setor financeiro. A atividade, proposta pelo vereador Marcos Henriques (PT), foi realizada em conjunto com a Assembleia Legislativa do Estado da Paraíba (ALPB), representada pela deputada Cida Ramos (PT), e contou com a participação de diversos dirigentes da Federação, reforçando o compromisso da entidade na defesa da categoria e da população.
O encontro reuniu representantes de entidades sindicais da região e trabalhadores do ramo financeiro para debater o fechamento de agências bancárias e refletir sobre o papel do sistema financeiro na vida da população e do Estado brasileiro.
Entre os temas discutidos estiveram os impactos da digitalização dos serviços bancários na vida de trabalhadores e consumidores, o papel da moeda e do sistema de pagamentos, além da importância de garantir a segurança econômica do país.
O presidente da Fetrafi/NE, Carlos Eduardo, destacou que a transformação tecnológica no setor trouxe comodidade e inovação, mas também aprofundou desigualdades: “A velocidade da transformação tecnológica trouxe, para muitos de nós, comodidade, redução de custos de operação, inovação e facilidade nos pagamentos. Mas a contrapartida é que essa modernização tem um preço social. Ela não está acompanhada do respeito aos direitos sociais. Essa crítica feita pelos sindicatos é reconhecida na prática em uma audiência como essa”, afirmou.
O secretário-geral da Fetrafi/NE, Lindonjhonson Almeida, ressaltou que a luta contra o fechamento de agências deve ser ampliada para garantir atendimento digno em todo o território: “Nós não vamos ficar só aqui na Câmara dos Vereadores e na Assembleia. Vamos partir para outras câmaras também, no interior, porque precisamos do apoio dessas pessoas para garantir uma agência bancária em cada município.”
Já a diretora da Fetrafi/NE e representante do Sindicato dos Bancários de Campina Grande, Andrezza Leite, alertou para os riscos das demissões e do processo de exclusão social associado ao fechamento das unidades bancárias: “Falar de fechamento de agência é uma pauta muito séria, porque não aflige apenas a categoria bancária, mas também a população. Quando uma agência fecha, fecham-se os postos de trabalho, surge a barreira e a exclusão digital para muitas pessoas que não têm acesso, principalmente as idosas e as com menos recursos financeiros.”
A audiência também contou com a presença de Magali Pontes, dirigente da Fetrafi/NE e do Sindicato dos Bancários da Paraíba; Tiago Macena, presidente do Sindicato dos Bancários de Itabaiana; Robson Araújo, coordenador da Comissão Nacional dos Funcionários do BNB (CNFBNB); e Carlos Hugo, coordenador da Comissão dos Empregados do Itaú no Nordeste, e demais representantes da Fetrafi/NE.
O debate reforçou a necessidade de resistência frente ao fechamento de agências bancárias e a defesa do papel social do sistema financeiro, que deve estar a serviço da população e do desenvolvimento do país.