Bancários da Paraíba protestam contra privatização da Caixa Econômica Federal

Na manhã da última sexta-feira (15), os bancários e as bancárias realizaram um ato público em frente à Agência Epitácio Pessoa, da Caixa Econômica Federal, para denunciar a ameaça de privatização da instituição financeira pelo governo neoliberal de Jair Bolsonaro. Durante a atividade, foi distribuído um material impresso, mostrando que não tem sentido enfraquecer, fatiar, reduzir e privatizar a Caixa, que é fundamental para o desenvolvimento brasileiro.

A atividade fez parte do Dia Nacional de Luta Pela Caixa 100% Pública, reuniu empregados do banco e diretores do Sindicato dos Bancários da Paraíba que, através de faixas e discursos, denunciaram à sociedade o acelerado processo de desmonte da Caixa com o objetivo de fatiar a empresa e vender suas áreas mais lucrativas, como seguros, cartões, assets e loterias, conforme já assumiu publicamente o Presidente da Caixa, Pedro Guimarães.  Afinal, ele foi escolhido pelos neoliberais justamente por ser especialista em privatizações.

Em sua fala, o presidente do Sindicato, Marcelo Alves, leu uma carta aberta dos empregados da Caixa para o presidente da instituição financeira, enfatizou os 158 anos da Caixa, cuja história se confunde com o desenvolvimento do País, e os malefícios da privatização para seu corpo funcional e, principalmente, para o povo.

“Defendemos a Caixa 100% Pública porque ela tem papel fundamental no desenvolvimento econômico e social do Brasil. É o principal agente das políticas públicas;  financia o sonho da casa própria; guarda 40% da poupança dos brasileiros; tem mais crédito e menos juros;. distribui parte da arrecadação das loterias para a seguridade social, esporte, cultura, segurança pública, educação e saúde; é o banco do trabalhador brasileiro, pagando seguro-desemprego, abono-salarial e Pis. Então, perguntamos: que banco privado faria tudo isso, quando vive do lucro pelo lucro? Portanto, defender a Caixa é defender o País!”, concluiu Marcelo Alves.

Eis a Carta Aberta ao Presidente da Caixa.

Carta aberta ao
Presidente da Caixa

Sr. Pedro Guimarães,

Nós, empregados da Caixa, estamos mobilizados, em todo o país, em um Dia Nacional de Luta em defesa do maior banco 100% público da América Latina.

Mas nossa luta é histórica! O Sr. não é o primeiro a tentar desmontar a Caixa.

Nossa mobilização é permanente! Ela durará enquanto for necessário.

Já enfrentamos inúmeras tentativas de transferir o patrimônio do povo brasileiro aos bancos privados. E resistimos a todas elas porque o desenvolvimento do Brasil e a Caixa são duas faces da mesma moeda.

A Caixa é o banco da casa própria porque é responsável por quase 70% do crédito habitacional total e por 90% do crédito para habitação popular.

Na condição de maior financiador imobiliário do país, a Caixa possui inadimplência menor do que no mercado financeiro privado.

É o banco da infraestrutura e o único que leva saneamento básico, energia e infraestrutura urbana aos municípios mais distantes, ao financiar investimentos nesses setores.

A Caixa é o banco do trabalhador: paga o Seguro-Desemprego, o Abono-Salarial e o PIS, entre outros benefícios.

A Caixa é o banco da poupança: milhares de brasileiros poupam na Caixa porque sabem que podem confiar em um banco público, forte e social.

Mais de 60% dos brasileiros rejeitam as privatizações. E na Caixa, praticamente a totalidade dos empregados são contra a sua política de venda do banco.

Então, explique: por que o Sr. quer vender as áreas rentáveis do banco como já anunciou pela imprensa e a fundos privados nos Estados Unidos?

Por que vender ativos quando a Caixa obteve crescimento expressivo nos últimos anos, superando o patamar de R$ 1,8 bilhão, em 2017, e com previsão de mais de R$ 2,1 bilhões, em 2018?

Por que vender a área de cartões, que rendeu valores superiores a R$ 2 bilhões em 2017 e tem estimativa de crescer quase 3% em 2018?

Por que vender loterias? Por que vender a área de seguro? Por que vender o que dá lucro? Se o banco não está fortalecido e capitalizado, como poderá investir nas áreas em que bancos privados não têm interesse? Quem realmente ganha com isso? Por que não se reúne com nossos representantes para responder a essas perguntas?

Fonte: Bancários PB